quarta-feira, 20 de julho de 2011

E quem há de nos negar?

Há anos, enquanto eu chorava por uma aflição banal qualquer, um amigo me interrompeu com a seguinte pergunta: "se as flores deixarem de se abrir, o que será das abelhas?". Sim, logicamente após essa indagação, ele conseguiu, de fato, findar instantaneamente aquele pranto adolescente que me deprimia numa crise agudamente crônica de TPM que, por vezes, me contaminava... Por certo, eu não sabia a resposta, mas, sob o meu ímpeto de pseudointelecual (que ainda me define), quis respondê-lo... Ah, nem se preocupem, eu não lembro o que respondi. Certamente, não foi nada de relevante. Afinal, até hoje, eu não sei.

O que destaco agora é que o conforto que obtive na hora, não proveio da minha tentativa de achar uma explicação para aquele questionamento, mas sim, do carinho que transbordava daquelas palavras... Não importava a ele, naquele instante, questionar a futilidade de minhas lágrimas; ele apenas queria ver a minha calma. Possivelmente, o meu mais puro sorriso. Ele fez, cordialmente, o papel de meu amigo, enquanto despertou em mim um olhar diferente para as abelhas... Caramba: "como assim, elas dependem tanto das flores???"

E ao procurar explicações para essa relação que remete a uma necessidade tão bela, quanto vital, eu percebi que o que há com as abelhas, acontece igualmente conosco. Eu sei que as flores estão para as abelhas assim como os amigos estão aí para nós. Com flores, elas produzem mel; com amigos, exportamos os mais doces sorrisos. Assim, (como diria Caetano Veloso), "e quem há de negar?".




"(...) a cada dia que passa e a cada coisinha à toa que nós dois fazemos, aumenta a possibilidade de você se lembrar de mim".
Trecho do livro A Garota das Laranjas de Jostein Gaarder.




Aos meus amigos todos, que eu já conseguir reconhecer, dedico este pequenino texto a eles. No dia deles.
20 de Julho de 2011: DIA DO AMIGO.

Gabriela Calado Silva

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