domingo, 24 de julho de 2011

"Ressignificando"

"Eu represento o botão que não funciona, a pilha sem carga, o lado do fone que transmite silêncio, a árvore sem galhos nem folhas, o coração humano." Juarez rodrigues.
Interessante esse arranjo, né?! Mas hoje eu não vim escrever sobre arranjos, nem tampouco vim arranjar qualquer dúzia de palavras; eu vim mesmo foi pra falar das áspas, é isso mesmo, das áspas. Eu queria na verdade ressignificar as áspas que precisamos, devemos colocar em nossas vidas. Do que sabemos, resumidamente, elas são usadas em citações ou para destacar trechos. Bom, num plano mais lúdico e menos gramático podemos dizer que as aspas servem para dar créditos a alguém ou algo; em geral, usamos citações quando na verdade o que queríamos mesmo era ter escrito aquele trecho. E quando as aspas aparecem para destacar?Nessa situação nós estamos nos dando ou dando ao outro o crédito por ter escrito algo importante, criativo, bonito. No fim ambos os casos refletem a importância de sermos gratos; gratos a nós mesmos e ao outro que nos encanta, ajuda ou simplesmente nos dá oportunidade de pensar mais sobre algo. Enfim posso falar sobre o que eu realmente gostaria de escrever hoje, sobre GRATIDÃO. Pra mim essa palavra tem uma ligação íntima com uma série de outras coisas, como humildade, quando reconhecemos o valor de algo ou alguém; Amor, quando sabemos reconhecer para poder retribuir, afinal esse sentimento é uma troca; Auto-estima, quando acreditamos naquilo que fazemos. Eu comecei com humildade e terminei com auto-estima, para muitos elas soam como opostos, mas pra mim isso é uma grande bobagem. Assim como é importante reconhecer o que é bom no outro, a gente precisa também saber o que é bom em nós mesmos, do contrário ficamos carentes e possivelmente invejosos. A gratidão então se dá em dois planos -no EU e também no OUTRO- e é viabilizada por três palavras humildade, amor, auto-estima. O fato é que precisamos de verdade ser mais humildes, amar mais e ter mais autoestima; "ser mais gratos". Aos nossos pais, por terem se dedicado e nos amado a cada dia; aos nossos irmãos pelas brigas, brincadeiras, risadas, por terem nos defendido e nos corrigido; aos nossos avós por todas as mesadas ;), doces e abraços; aos nossos amigos por compatilhar conosco tantas situações, por terem agido como pai e mãe algumas vezes, por nos aconselhar e pelas inúmeras risadas, choros, farras, dias ou noites estudo; aos nossos familiares que por vezes se mostraram tão próximos e provaram o quanto se importam com a gente; aos desconhecidos que proporcionam a existência de tudo que compõe o nosso universo de atuação e sua complexidade, o qual permite, simplesmente, que "existamos".A você, o meu Muito Obrigada!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

E quem há de nos negar?

Há anos, enquanto eu chorava por uma aflição banal qualquer, um amigo me interrompeu com a seguinte pergunta: "se as flores deixarem de se abrir, o que será das abelhas?". Sim, logicamente após essa indagação, ele conseguiu, de fato, findar instantaneamente aquele pranto adolescente que me deprimia numa crise agudamente crônica de TPM que, por vezes, me contaminava... Por certo, eu não sabia a resposta, mas, sob o meu ímpeto de pseudointelecual (que ainda me define), quis respondê-lo... Ah, nem se preocupem, eu não lembro o que respondi. Certamente, não foi nada de relevante. Afinal, até hoje, eu não sei.

O que destaco agora é que o conforto que obtive na hora, não proveio da minha tentativa de achar uma explicação para aquele questionamento, mas sim, do carinho que transbordava daquelas palavras... Não importava a ele, naquele instante, questionar a futilidade de minhas lágrimas; ele apenas queria ver a minha calma. Possivelmente, o meu mais puro sorriso. Ele fez, cordialmente, o papel de meu amigo, enquanto despertou em mim um olhar diferente para as abelhas... Caramba: "como assim, elas dependem tanto das flores???"

E ao procurar explicações para essa relação que remete a uma necessidade tão bela, quanto vital, eu percebi que o que há com as abelhas, acontece igualmente conosco. Eu sei que as flores estão para as abelhas assim como os amigos estão aí para nós. Com flores, elas produzem mel; com amigos, exportamos os mais doces sorrisos. Assim, (como diria Caetano Veloso), "e quem há de negar?".




"(...) a cada dia que passa e a cada coisinha à toa que nós dois fazemos, aumenta a possibilidade de você se lembrar de mim".
Trecho do livro A Garota das Laranjas de Jostein Gaarder.




Aos meus amigos todos, que eu já conseguir reconhecer, dedico este pequenino texto a eles. No dia deles.
20 de Julho de 2011: DIA DO AMIGO.

Gabriela Calado Silva

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A ousadia do dia doze...

Antes que eu comece meus devaneios acerca da temática midiática da semana, deixo-os sobreaviso: não pretendo abrir meu coração, nem muito menos, fechar o de ninguém. Embora eu confesse que eu sei bem que a cronologia das estações deixa qualquer cristão, no mínimo por um único segundo, absurdamente reflexivo acerca do dia dos namorados [seja por ter a certeza de que "antes só do que mal acompanhado" ou para ter a confirmação poética de que "é impossível ser feliz sozinho"], não me atrevi a falar muito de mim. Garanto, porém, que não há muito a ser falado, apenas preservado. Mas, enfim...

É, está chegando o dia dos namorados, e o que mais tenho visto nesses últimos dias nas ruas e nas redes sociais vai de um extremo a outro: desde absurdas declarações amorosas de quem não tem nem vergonha do ridículo e nem da inveja alheia, assim como frases escancaradas de solteirice voluntária daqueles que se dizem autosuficientes nas dosagens de amor. Presenciei um belo e inusitado pedido de casamento e escutei afirmações de que "é melhor passar o dia dos namorados sozinho do que o carnaval namorando". O que tem predominado? Não sei. Não medi a quilometragem e a dosagem das palavras proferidas e, particularmente, me acho muito suspeita para falar do que tem sido mais realístico... em matéira de amor, eu prefiro, literalmente, não escrever o que eu penso e, muito menos, o que eu sinto. Minhas emoções são inefáveis!! Já disse, o foco do que escrevo agora vai para além de mim e volta-se, portanto, a você. Se a carapuça servir, lógico! Dia 12 está aí, prestes a amanhecer!

Então, por isso, eu resolvi vim aqui dar um aviso antigo aos desavisados mais desatentos: desde os solteiros solitários aos amantes mais amados: o mundo, meus queridos, sofre por amor! É bastante paradoxal, mas é! E sofre muito, acreditem! Há quem culpe a banalização do sentimento procurado [há quem ame a todos os próximos] e, mais um forte paradoxo: há quem culpe mais ainda a falta de se encontrar o sentimento durante a procura. [Neste caso, quem procura, não acha.] É complicado, bastante complicado. Podem até reler essas minhas últimas frases... a ideia é estar confuso mesmo!!! Não consigo falar sobre o amor sendo objetivamente subjetiva e direta. Me perdoem.

Repito: o dia 12 está aí, prestes a amanhecer. E enquanto a maioria programa o seu anoitecer, como uma forma de provar a intensidade de suas emoções, me permitam lembrá-los de que o sentimento não se mede pelo número de parcelas de um presente no cartão de crédito. O amor não é caro. E não precisa ser... Ele nem sequer precisa ter uma cobrança acerca da eternidade! O prazo de validade dos relacionamentos pode apenas permanecer validado enquanto se imagina que o conjuge não tenha motivos reais para sair cantando empolgadíssimo por aí "eu tou solteiro e tou feliz". É, o importante é fazer o bem ao seu bem, diariamente. Baseando-me na continuação desse refrão: "tou sorrindo à toa", acho que cabe bem aqui uma dica minha pessoal [e universal] válida às conquistas sinceras, uma dica que tem uma dose de rima e necessidade: uma dosagem de humor no amor é essencial.

O riso pode ser leigamente considerado o ápice do nível de serotonina dos apaixonáveis: não pode, não? Em outras palavras, um sorriso é sempre encantador. Encantador... uma análise quase minuciosa da morfologia dessa palavra nos leva a ídeia do impacto que eu quero dela: um sorriso encanta a dor... que ousadia! Ah, a ousadia... Para todos, fica a dica. Lembrem-se que mesmo que não estejamos apaixonados, devemos ser sempre apaixonáveis. Resgatem sempre essa ousadia promovida pela mídia do dia 12, ainda vejo aí um lado positivo clichê não consumista: o amor é, ao mesmo tempo, gratuito e gratificante, desde que seja amor. É, pessoal, o dia doze está aí por vir, e não precisamos nos entristecer pelo status de relacionamente nosso não nos indicar nenhum matrimônio previsto e nem pensarmos em nos alugarmos de verdade em "campanhas facebookianas"... A pessoa certa não tem certificado. E é bom que não o tenha. Deixemos que esse mistério sobre as certezas nos deixe estar constantemente questionando tanto a desilusão que nos reprime como a "a fé que nos faz otimistas demais".
Eita, eu já tou aqui, citando, por fim, Roberto Carlos e o dia 12 está aí, ainda por vir...
Encha-se até [e depois de] lá com amor e vinho...e deixe a ousadia dessas doses do dia doze para mim, no caminho.




*o texto escrito não reflete, em sua totalidade, a realidade da minha opinião pessoal acerca do assunto abordado.

**Afinal, meu nome é Gabriela Calado Silva e eu sou ousadamente muito romântica demais.

domingo, 29 de maio de 2011

Apoena

Por diversas vezes na nossa vida a gente se depara com situações invasivas, cortantes, que em mim causam um desconforto, uma angústia que não dá pra simplesmente guardar; me dá vontade de colocar tudo aquilo pra fora, de chorar, as vezes até um choro sem lágrimas, mudo e que parece doer ainda mais do aquele com direito a lágrimas e caretas.Isso eu chamo de emotividade.É aquela sensação que experimentamos quando parece ebulir algo dentro de nós, a mesma que nos invade sem nos deixar pensar nela, seja ela raiva, tristeza ou alegria, isso é emotividade. Falando em sensibilidade a gente muda o foco, muda mesmo!Coloquei por curiosidade essas palavras num dicionário de línguas na internet e vi que elas são, com frequência, ditas sinônimos; eu não concordo.Na minha opinião existe uma clara diferença entre elas.A emotividade é dramática, apaixonada, exagerada, inconformada; já a sensibilidade se mostra mais madura, atenta, por vezes silenciosa, mas também inconformada. Sensibilidade pra mim é um tipo de inteligência.É aquela inteligência capaz de distiguir o momento certo de começar e terminar ciclos; é a sabedoria de precisar a hora exata de quando devemos calar, nos retirar, nos emocionar, agir, emocionar.Sensível é aquele capaz de olhar com emoção as situações em seus contextos; é quando se olha um parto e não se vê somente mulher, sangue, bebê; é olhar as mãos calejadas de um velho pescador e saber tirar daqueles calos um pouco sobre sua vida; no momento em que conseguimos perceber em situações os sentimentos ali presentes.Por meio dessa perspectiva de sensibilidade a gente é capaz de escutar um grito de socorro a partir da flor que a menininha do sinal coloca em nossos parabrisas. Ela acontece quando aquelas situações passam de inflamação aguda, para algo crônico, no momento em que chorar já não basta.Enfim, a sensibilidade existe quando passamos a enxergar os acontecimentos dentro da realidade em que se passam e com a carga oculta que possuem a qual emociona profunda e constantemente."Enxergar é nosso maior ato de amor."

Plagiando Celo, o aniversariante do dia (Parabéns celooooo =p), colocarei hoje uma frase e uma música do dia =p
"Antes de debatermos a ética, precisamos ter consciência de nossa sensibilidade, precisamos valorizar a nossa inteligência emocional" Leonardo Boff
Acredito que quase todo mundo já tenha visto esse vídeo, mas acho ele lindo e sempre me emociono com ele, por isso queria dividi-lo com vcs.


sábado, 16 de abril de 2011

À minha 127!

Não, não estamos numa aula magna e muito menos na nossa aula da saudade. Não estamos no começo do curso, nem tampouco perto de seu fim. Estamos todos no caminho ainda, percorrendo-o... Por vezes, levando topadas, procurando setas e sinais.. estamos mesmo numa correria e, por isso, precisamos saber melhor se a velocidade de nossos passos vai nos apontar à calma e à paciência que devemos manter como nossos volantes.. Talvez agora seja a hora de fazermos nossa revisão de ideais, checarmos nossos freios para podermos caminhar sempre dentro de nossos limites...se necessário, paremos todos num acostamento e até mudemos de direção. O ideal é chegarmos em um lugar onde os ingressos para sua entrada sejam vendidos por todos os lados juntos...e que a identidade que une os integrantes revele afetos conquistados diariamente... um lugar onde os números quando unidos, somem dez e somem desejos diversos também... e que essa diversidade gere a oportunidade de uma maior maturidade.

O fato é que este lugar existe e está exatamente no curso do curso de mais de sete dezenas de vidas que estão se encontrando no meio de um cruzamento! E "nunca pare no meio de um cruzamento! Olhe para os dois lados, mas sempre tente seguir em frente! Veja as pessoas que caminham por perto...e não as atropele!

Perceba Juliana sentada sempre na primeira fila, abrace Marcelo, sorria para Nayára, acorde Caio, escute Karina Lúcia, converse com Míryam Seixas, dance com Joseph, ligue para Aécio, almoce com Adriano, estude com Cleberson, reze com Carlos, lanche com Gabi Guerra várias vezes num único dia, durma com Bianca, cozinhe com Pam, filosofe com Duda, jogue dominó com Carioca, tire onda com Geraldo, aperte as buchechas de Carol, procure Beto, brinque com MarioH, escute uma piada de Pasca, pegue carona com Cyntia, ouça Jack Jonshon com Luiz, assista a um jogo de Deborah, vá ao interior de Belchior, enrole os cachos de Camila Freitas, faça compras com Nathalia Maga, carregue Mirianzinha no colo, mande um email pra Sabrine, coma uma fruta com Joanna, venha pra facul com Jéssica, dê uma olhadinha no caderno de Dani, olhe para o olho de Guga, passeie com Lorena, viaje com Marcella, paquere como Iane, fale com Rafaela, cante com Mateus, saia com Kamila Maga, conheça Felipe, sinta saudades de Lendo, catuque Pedro, faça um trabalho com Luci, cheire Rafael, pratique esportes com Rebeca Dias, peça uma caneta emprestada a Thayssa, se aproxime de André, vá a praia comigo, acalme-se com Anderson, veja um filme com Rebeca Barbosa, apresente slides com Ohane, represente Raissa, dê uma onça para Nara, chame Isabela Oliveira sempre paras as festas, pense com Cláudia, fique na net com Dayle, almoce com Isabela Queiroz, NÃO beba com João Neto, descubra quem é Ernesto e espere pela volta de Raquel... e não páre no meio de todos esses cruzamentos!! convoque uma esforçada e dedicada comissão e permita que eles enfeitem a nossa sonhada linha de chegada com as marcas da solidariedade de Fernanda, a cumplicidade de Marcelle, o sacrifício de Karen, a atenção de Guilherme, a habilidade de Lucas, a espontaneidade de Neto Rebelo, o gingado de Helena, a cabeça de Flávio, o gelo de Mariozinho, a criatividade de Rannys, a opinião de Poly, o cuidado de Karinna, o olhar de Renata e a paciência de Marília!
E, assim, construemos nossa trilha com a doação de todos da 127 durante a estrada de nossa vida!

Gabriela Calado Silva (15.04.11)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Marte, O “Bonzinho”.


     Bom, antes de mais nada, venho aqui pedir desculpas pelo tempo sem colocar nada. Desde a minha última (e primeira) postagem, tive o final do período da faculdade, que foi um inferno, as festas de final/começo de ano e a minha total falta de inspiração para escrever – motivos que, acho eu, são convincentes o bastante para explicar o porquê de eu não ter postado nada. :P
     Como eu havia dito em minha estreia aqui, um dos objetivos desse blog é “nos conhecer melhor” – entenda essa frase da(s) forma(s) que preferir. Dessa vez irei contar a história de um amigo meu, o Marte, que conversava (e ainda conversa, de vez em quando) comigo à noite e é um cara que eu tenho percebido que tem se esforçado bastante pra se “autoconhecer”. Espero que gostem dessa história dele e que se acostumem a ele, porque ele provavelmente deve aparecer por aqui mais algumas várias vezes.

     Até pouco tempos atrás, Marte acreditava que só existiam dois tipos de pessoas: as boas e as más. Pessoas boas eram aquelas que sempre faziam coisas boas para as outras e nunca erravam, magoavam outras pessoas ou coisas do gênero. Pessoas más eram aquelas que eram o oposto das boas. Assim, caso uma pessoa boa errasse ou fizesse apenas uma maldade ou cometesse um único erro que fosse, ela era imediatamente enquadrada no grupo de pessoas más. Fica bem nítido que os bonzinhos teriam uma tarefa árdua pro resto da vida, não é?
     Não sei bem quando, mas Marte, certa vez, decidiu que seria uma pessoa boa, porque pessoas boas, ao olhar dele, eram pessoas sensacionais – acreditava, ele, que pessoas boas realmente tinham uma vida melhor e mais tranquila. Para tanto, ele começou a fazer “coisas boas” afim de atingir seu objetivo. No começo, como no começo de tudo novo, era algo meio trabalhoso e difícil, mas que ele acreditava que com o tempo se tornaria mais fácil e normal. E, como Zelig (do mockumentário homônimo, de Woody Allen), isso realmente aconteceu, ou seja, se tornou algo automático que nem ele mais notava que estava fazendo “coisas boas”. Aparentemente a vida de Marte era bem tranquila assim. Devido a esse “modo de vida” ele tinha muitos amigos, era uma pessoa sempre calma, tranquila e paciente e que, ao seu ver, nunca tinha cometido erros – afinal, pessoas boas não cometem erros.
     Marte foi levando sua vida assim até entrar na faculdade – um outro mundo, com pessoas novas e com as mais diversas cabeças. Tentou o vestibular duas vezes para medicina (afinal, médicos fazem coisas boas – salvar vidas, né?), passando na segunda tentativa. Na faculdade ele conseguiu enxergar que a vida não era tão preto e branco quanto ele pensava. As novas pessoas que ele conheceu mostraram a ele, através de suas falas, atitudes e pensamentos que o cinza existia – e ele era fascinante. Sim, fascinante, porque era algo que ele não conseguia conceber: como que nunca disseram a ele que o “meio-termo” existia?
     Apesar da epifania inicial de Marte, suas ações continuaram a ser como eram. Aparentemente, ele tinha medo de errar e/ou magoar as pessoas ao seu redor – fazendo o que fosse preciso para isso – e continuava com seu jeito “bonzinho-de-ser”. Esse jeito pode ser visto como estar sempre atento às pessoas ao seu redor, se dispondo a ajudá-las quando preciso; sempre dizer “sim” aos pedidos feitos pelas pessoas; mas, acima de tudo, não errar com as pessoas – mesmo quando, aparentemente, as pessoas erravam com ele.
     O que Marte, no entanto, não sabia é que cometer erros e magoar as pessoas não são coisas que acontecem somente quando as pessoas têm o intuito de cometê-los. Marte viu que, às vezes, as pessoas mesmo com a melhor das intenções (e sem querer) cometem erros, machucam e magoam outras pessoas. E isso não significa que a pessoa em questão seja má ou que deixou de ser boa – apenas que a pessoa é, de fato, uma pessoa, ou seja, um ser humano sujeito a erros. Marte descobriu (e aprendeu), e está descobrindo (e aprendendo), talvez da “pior” (ou “melhor” – depende do ponto de vista) maneira isso: na própria pele.
     Lembro-me de quando Marte vinha me contar uma de suas histórias, que ele próprio dizia serem, de como “os bonzinhos só se fo*em”. Hoje, após alguns “cursos” que ele fez e outros que ele ainda está “cursando”, ele me conta suas histórias de como “as pessoas aprendem a serem pessoas”...

Frase de hoje: “Nem toda palavra é aquilo que o dicionário diz...”
Música de hoje: “Planta & Raiz – De Você Só Quero Amor”


*A história acima teve a total aprovação de Marte para ser postada aqui.